quinta-feira, 28 de julho de 2011

Deus, nosso Refúgio


O imperador Nero incendiou Roma em 64 d. C. Para aplacar as massa enfurecidas, ele culpou um pequeno grupo religioso, os cristãos.

Aos poucos, mas de forma constante, os não-cristãos começaram a perseguir os seguidores de Cristo por todo o império. O apóstolo Pedro viu a crescente angústia da igreja. Em 1 Pedro, ele instrui os fiéis a permanecerem alegres e satisfeitos, mesmo quando sofressem perseguições por um tempo. O poder supremo de Deus os sustentaria (1 Pe 1:3-6).

Como escreveu o professor de Bíblia Warren Wiersbe: “Deus não prometeu proteger-nos dos problemas”. Pedro queria que seus irmãos percebessem que Deus era o único refúgio verdadeiro, como já testemunhou o salmista: “Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade” Sl 46:1.

A palavra refúgio refere-se literalmente a abrigar-se de uma tempestade ou de um perigo. Porém, é frequentemente entendida na linguagem figurada como “depositar confiança plena em Deus ou na ‘sombra’ (proteção) de Seu forte poder”.

Usando a imagem da Páscoa, o apóstolo lembrou aos irmãos perseguidos que Deus é o refúgio do pecado. Unicamente através de Cristo, eles eram resgatados: “Pois vocês sabem que não foi por meio de coisas perecíveis como prata ou ouro que vocês foram redimidos da sua maneira vazia de viver que lhes foi transmitida por seus antepassados,
mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito,” 1 Pe 1:18-19.

Deus era também um refúgio em seus sofrimentos: “Por isso mesmo, aqueles que sofrem de acordo com a vontade de Deus devem confiar suas vidas ao seu fiel Criador e praticar o bem.” 1 Pe 4:19.

Por fim, Deus era um refúgio para a segurança deles. Israel via o Templo em Jerusalém como um refúgio seguro: “Para sempre anseio habitar na tua tenda e refugiar-me no abrigo das tuas asas.” Sl 61:4. O lugar mais seguro do Templo era “Aquele que habita no abrigo do Altíssimo e descansa à sombra do Todo-poderoso... Ele o cobrirá com as suas penas, e sob as suas asas você encontrará refúgio; a fidelidade dele será o seu escudo protetor” Sl 91:1, 4.

Esses versículos provavelmente referem-se à Arca da Aliança, dentro do Santo dos Santos – especificamente, ao propiciatório, onde dois querubins esculpidos estendiam suas asas sobre a tampa da Arca (1 Rs 6:23-28). Com a aspersão do sangue do sacrifício no Dia da Expiação, Israel aprendeu que seu refúgio mais seguro contra o pecado era sob as asas dos querubins no propiciatório (Lv 26).

Espiritualmente falando, os cristãos são as “pedras vivas” de um templo espiritual em que Deus habita através de Cristo (1 Pe 2:5; Cl 2:9-10). O templo físico tinha um véu que proibia o acesso ao Santo dos Santos. Ele foi rasgado quando Cristo morreu na cruz, simbolizando que agora temos acesso direto a Deus (Mt 27:51; Hb 10:20). Nosso “Santo dos Santos” interior sempre disponível. Não existe outro lugar seguro. Deus teve o cuidado suficiente de fazer a Si mesmo nosso refúgio constante.

Por Peter Cólon

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