O imperador Nero incendiou Roma em 64 d. C. Para aplacar as
massa enfurecidas, ele culpou um pequeno grupo religioso, os cristãos.
Aos poucos, mas de forma constante, os não-cristãos
começaram a perseguir os seguidores de Cristo por todo o império. O apóstolo
Pedro viu a crescente angústia da igreja. Em 1 Pedro, ele instrui os fiéis a permanecerem
alegres e satisfeitos, mesmo quando sofressem perseguições por um tempo. O poder
supremo de Deus os sustentaria (1 Pe 1:3-6).
Como escreveu o professor de Bíblia Warren Wiersbe: “Deus
não prometeu proteger-nos dos problemas”. Pedro queria que seus irmãos percebessem
que Deus era o único refúgio verdadeiro, como já testemunhou o salmista: “Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza,
auxílio sempre presente na adversidade” Sl 46:1.
A palavra refúgio refere-se literalmente a abrigar-se de uma
tempestade ou de um perigo. Porém, é frequentemente entendida na linguagem
figurada como “depositar confiança plena em Deus ou na ‘sombra’ (proteção) de
Seu forte poder”.
Usando a imagem da Páscoa, o apóstolo lembrou aos irmãos
perseguidos que Deus é o refúgio do pecado. Unicamente através de Cristo, eles
eram resgatados: “Pois vocês sabem que
não foi por meio de coisas perecíveis como prata ou ouro que vocês foram
redimidos da sua maneira vazia de viver que lhes foi transmitida por seus antepassados,
mas pelo precioso
sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito,” 1 Pe 1:18-19.
Deus era também um refúgio em seus sofrimentos: “Por isso mesmo, aqueles que sofrem de
acordo com a vontade de Deus devem confiar suas vidas ao seu fiel Criador e
praticar o bem.” 1 Pe 4:19.
Por fim, Deus era um refúgio para a segurança deles. Israel via
o Templo em Jerusalém como um refúgio seguro: “Para sempre anseio habitar na tua tenda e refugiar-me no abrigo das
tuas asas.” Sl 61:4. O lugar mais seguro do Templo era “Aquele que habita no abrigo do Altíssimo e descansa à sombra do
Todo-poderoso... Ele o cobrirá com as suas penas, e sob as suas asas você
encontrará refúgio; a fidelidade dele será o seu escudo protetor” Sl 91:1,
4.
Esses versículos provavelmente referem-se à Arca da Aliança,
dentro do Santo dos Santos – especificamente, ao propiciatório, onde dois
querubins esculpidos estendiam suas asas sobre a tampa da Arca (1 Rs 6:23-28). Com
a aspersão do sangue do sacrifício no Dia da Expiação, Israel aprendeu que seu
refúgio mais seguro contra o pecado era sob as asas dos querubins no propiciatório
(Lv 26).
Espiritualmente falando, os cristãos são as “pedras vivas”
de um templo espiritual em que Deus habita através de Cristo (1 Pe 2:5; Cl
2:9-10). O templo físico tinha um véu que proibia o acesso ao Santo dos Santos.
Ele foi rasgado quando Cristo morreu na cruz, simbolizando que agora temos
acesso direto a Deus (Mt 27:51; Hb 10:20). Nosso “Santo dos Santos” interior
sempre disponível. Não existe outro lugar seguro. Deus teve o cuidado suficiente
de fazer a Si mesmo nosso refúgio constante.
Por Peter Cólon
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