segunda-feira, 21 de maio de 2012

Uma questão de escolha.

Era uma manhã de segunda-feira. Peguei meu ônibus e tive uma grata surpresa, digna de imitação. Os passageiros ainda estavam sonolentos e não demonstravam seu melhor humor. Talvez estivessem um pouco aborrecidos porque o ônibus demorou para chegar. Algumas pessoas esperavam na parada e embarcaram comigo. O cobrador prontamente cumprimentou a todos com um sonoro “Bom dia!”. Para cada um que passava na roleta ele acrescentava com “obrigado” bem pessoal com um leve aceno de cabeça. A maioria dos seu colegas de profissão cumpre sua obrigação fazendo só o essencial. Mas aquele cobrador especial criou um clima agradável dentro do ônibus, e fiquei pensando como é preciso tão pouco para sermos um boa influencia no lugar onde encontramos. Influenciar positivamente não é algo automático. Sempre se faz necessária uma decisão de nossa parte, uma vez que um semblante alegre e simpático não vem de nascença nem se adquire lendo o manual de conduta da firma. Ser amável exige a decisão de ser amável.
Essa experiência agradável me fez pensar que os cristãos são conclamados a ser assim, pois está escrito: “sede uns para com os outros benignos...” Ef 4:32. A tendência geral é ficar cada um na sua. É mais fácil demonstrar mau humor do que ser amável, ainda mais quando a noite de sono foi curta. É da nossa natureza expressar nossas frustrações e nossas críticas ou então assumir uma postura arrogante. Coitado daquele que é obrigado a sentir nosso temperamento nessas horas! Mas há os que afundam em autocompaixão e se desculpam consigo mesmas dizendo que são assim, sempre foram assim e vão continuar assim. Os outros que se arranjem! Mas essa atitude mostra que está faltando o querer, está faltando um real desejo de mudança, além de faltar a confiança no Senhor e em Suas infinitas possibilidades de nos socorrer em nossas fraquezas. Sabemos por experiência própria como é fácil resvalar para o buraco negro da murmuração e do negativismo. Por sabermos como somos fracos e vulneráveis é que deveríamos nos sentir ainda mais desafiados a combater o bom combate de fé, buscando estar sempre conectados à fonte de força, para que tenhamos vitória e o Senhor receba toda a honra.
É de manha bem cedo, quando começa o dia, que decidimos o rumo que tomaremos. Isso já começa com a pergunta: “Qual roupa vou vestir?” Usaremos as velhas vestes do mau humor e atenderemos o apelo dos desejos da carne ou praticaremos o que diz a Biblia: “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade...” Cl 3:12. É nesse momento que podemos exercitar o bom costume de despir e vestir, soltar e agarrar, olhar e afastar o olhar. Quanto mais reconhecermos o ser horrível, descortês e genioso que habita dentro de nós, mais fácil será tomar decisões boas acertadas. Podemos pedir o Senhor tudo aquilo que é necessário para colocar em pratica uma nova postura de amabilidade e cortesia, apossando-nos das infinitas reservas de amor e compaixão que Ele tem guardadas para nós. O apóstolo Pedro nos anima nesse sentido: “Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade...” 2 Pe 1:3.
Sempre ouvimos dizer que os cristãos deveriam ser diferentes, fazendo diferença no mundo e chamando a atenção de forma positiva. Mas infelizmente não são poucos os crentes que dão ouvidos às vozes sedutoras que nos dizem que devemos nos adaptar, não devemos ser tão exagerados nem levar as coisas tão a sério... Toda a liberdade que recebemos em Cristo jamais deveria ser usada para fazer nossa própria vontade mas para cumprir a missão suprema e sublime de sermos “testemunhas de Cristo” no mundo. “Vós sereis minhas testemunhas” At 1:8, ordenou Jesus. Ele costumava ser indelicado? Era rude com as pessoas? Não! Seu amor ágape “é benigno” 1Co 13:4 e foi derramado em nossos corações. Nesta época caracteriza pelo egoísmo devastador podemos testemunhar de caráter amoroso de nosso Senhor agindo como Ele, usando palavras tão singelas como “bom dia” ou “muito obrigado”. O apóstolo Paulo lembrou aos anciãos da igreja de Éfeso das ‘...palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar do que receber” At 20:35. Experimentamos a bondade do Senhor. Estamos constantemente experimentado a bondade e benignidade do Senhor. E é dessa fonte de bondade e amor que podemos tomar e repartir, sendo amáveis no dia-a-dia com nossos irmãos na fé e com aqueles que ainda estão fora dos caminhos do Senhor. Calor humano, amor e empatia na hora de fazer compras, no cabeleireiro, no ônibus ou no metrô, no local de trabalho ou em uma conversar, qualquer hora é hora de refletir o amoroso caráter de Cristo. Muitas pessoas se sentiriam aliviados apenas encontrando um ouvinte atento, e quem sabe nosso gesto de carinho não abrirá seu coração para a Boa-Nova do Evangelho?

Dieter Steiger
Publicado na revista Chamada da Meia-Noite, Maio 2012, ano 43, nº 5, página 4.

0 comentários. Deixe seu comentário aqui!:

Postar um comentário