“Mas o anjo lhes disse: "Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo” Lucas 2:10
A alegria dos 33 mineiros soterrados no Chile foi enorme
quando finalmente foram salvos depois de 59 dias de medo, incerteza, espera
pela morte, desespero, esperança e temor! No frenesi da alegria salvadores e
salvos abraçavam-se. Ninguém tinha vergonha de suas lagrimas, que deixaram
marcas ao correr pelos rostos sujos de terra. Sim, para alguns a alegria
assemelhava-se a uma explosão que se manifestava em danças de júbilo! A alegria
era genuína, tangível e compreensível, e o mundo inteiro alegrou-se com a
bem-sucedida operação de resgate dos 33 mineiros soterrados.
Há 2000 anos, quando os anjos anunciaram o nascimento de Jesus nos campos de Belém, esse acontecimento trouxe alegria. Alegria em diversos sentidos: alegria pela salvação do poço de desesperança. Alegria pela saída da prisão do pecado. Alegria pela libertação da escravidão e das amarras. Alegria por escapar da escuridão da incerteza. Alegria porque depois do tempo de medo chegara a segurança. Alegria pela proteção garantida. Sim, também alegria por poder retornar a Deus. O anjo procurou expressar toda essa alegria ao dizer: “Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo” (Lc. 2:10). Essa alegria tem sua origem e conteúdo no anúncio do nascimento do menino Jesus Cristo! O Antigo Testamento já dizia: “Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz”( Is. 9:6).
A alegria anunciada pelo anjo não pode ser fabricada. É um
fruto do Espírito Santo, que recebemos de presente quando nascemos de novo: “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria,
paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade,” (Gl 5:22). Onde ela
surge, contagia, impõe-se, abre a boca para louvar e agradecer. Ela gera contentamento,
fidelidade e multiplica-se na comunhão. Ela também se alegra com a natureza e a
glória da criação. Ela se regozija nos presentes de Deus, por exemplo, uma bela
música, uma boa refeição, como escreveu Dietrich Bonhoeffer: “Deus não suporta a
atitude apática, abatida com que comemos o pão da tribulação, com arrogância,
pressa ou mesmo vergonha. Nossas refeições diárias são o forma dEle nos chamar
para a alegria, a termos férias em meio ao nosso dia cheio de trabalho” (de “Gemeinsames
Leben”). Pois a alegria acontece porque se reconhece, por trás de tudo, Aquele
que dá todas as boas dádivas, Jesus Cristo!
Nossa vida frequentemente está cheia de seriedade, tristeza
e sofrimento. A alegria – que Deus nos concede – deve ser um presente que
contribua para animar nosso espírito, trazendo encorajamento, refrigério,
sustento e apoio. É interessante que a Jewish
Encyclopedia (Enciclopédia Judaica) menciona que nenhum outro idioma no
mundo tem tantas palavras para “alegria” quanto o hebraico. No Antigo
Testamento encontramos treze radicais hebraicos em setenta e duas palavras
diferentes que expressam primeiramente algum aspecto da alegria ou da
participação alegre na adoração religiosa. Podemos aprender daí que o próprio Deus
deseja ser o motivo mais profundo da nossa alegria, e que só conseguimos
encontrar alegria real na adoração e no louvor à Sua Pessoa. A maior alegria da
nossa vida deve ser agradecer a Deus por aquilo que Ele é, fez e ainda faz. Quando
o fizermos, veremos que isso nos traz a mais profunda satisfação. O salmista o
expressou da seguinte forma: “Tu me farás
conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua
direita” (Sl 16:11).
Por Samuel
Rindlisbacher
Publicado na
revista Chamada da Meia-Noite, edição de dezembro de 2011, paginas 10 e 11.
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